19.12.08

Posso adiantar os foguetes?

Dia de festa por aqui, caríssimo leitor.

Personal Che foi selecionado pelos críticos de O Globo como um dos dez melhores filmes brasileiros do ano! Entrou num grupo fortíssimo de docs: os únicos dois outros não-ficcionais do ranking são Juízo, da multipremiada Maria Augista Ramos, e Serras da desordem, de Andrea Tonacci – que é simplesmente uma obra-prima. Os melhores do ano agora estão sendo votados pelo público nesse link. O que dizer? Gracias, gracias y más gracias.

Além dessa ótima notícia, soube hoje que o roteiro de meu próximo filme, A pílula, foi um dos selecionados entre 3800 projetos do mundo todo para o Talent Campus do Festival de Berlim. O projeto vai ter o prazer de apanhar muito na mão de diversos especialistas europeus. Em outros anos, o Campus teve como mestres gente como Stephen Frears, Walter Salles, Mike Leigh, Walter Murch, Christopher Doyle, Win Wenders, Amos Gitai, Michel Gondry, Fernando Eimbcke...

Em resumo, o Natal chegou antes. E olha que eu não gosto de Natal.

17.12.08

Personal Che em Londres


Estamos orgulhosíssimos: acabamos de saber que o filme fará parte da série "Cuba aos 50" do melhor clube de correspondentes do mundo, o Frontline Club, de Londres. Para quem estiver na terra da chuva, a sessão vai ser na sexta-feira, dia 9 de janeiro. Mais detalhes no site do Frontline. Infelizmente não vou poder comparecer de corpo presente, mas há o grande risco de me materializar via skype pra conversar com os presentes.

21.10.08

Viva a democracia: Che de volta aos cinemas já!

Anuncio aqui aos sete ventos: há uma mobilização do site MovieMobz em progresso. Nada menos que 36 pessoas já se puseram de acordo para ver Personal Che no Odeon BR, Rio de Janeiro. Seria genial que se conseguisse mobilizar o filme outra vez e ele voltasse às salas do Rio pelo voto democrático de internautas que gostam de cinema.

E como já faz tempo que não ponho vídeos aqui, volto a postar o trailer em português do filme. Na época do lançamento, a versão em inglês, completamente diferente, foi a que circulou mais. Não há qualquer razão pra que a anglofonia continue reinando em assunto tão latino – ainda que o filme seja falado em cantonês, árabe, inglês, alemão e espanhol. :-)




Aqui você vê o trailer em inglês.



E aqui, uma molecagem.

3.10.08

Tutti buona gente


"Um coveiro fracassado?"

Acabo de voltar da Itália, mais especificamente da ilha de Salina, na Sicília, ali perto de Stromboli e do Etna, onde aconteceu o SalinaDocFest, festival de documentário narrativo organizada por Giovanna Taviani (filha, adivinhou, de um dos Irmãos Taviani, Vittorio). O lugar é o sonho de qualquer festivaleiro, não apenas pela ilha ser uma delícia, mas porque o festival apresenta um ótimo panorama da produção documental italiana – que, infelizmente, não chega muito aqui na América Latina. Personal Che, junto com a produção francesa Barcelona ou morrer dirigida pelo senegalês Idrissa Guiro, eram os únicos filmes não-italianos da mostra.

Um tanto por conta das predileções de Giovanna, mas também pelo fato de a Itália estar ligada ao Terceiro Mundo pelo Mediterrâneo, uma das tônicas do festival são os filmes sobre migrações e êxodos. O resultado são diversos filmes extremamente políticos e de denúncia. O vencedor unânime do festival, Como um homem sobre a terra, de Dagmawi Yimer, fala das prisões líbias em que migrantes etíopes a caminho da Itália são detidos, torturados e às vezes mortos – tudo graças a um rentável acordo entre Silvio Berlusconi e o coronel Muamar Khadaffi. O filme aliás, ganhou o prêmio Finesta sul Brasile e passará na Mostra de São Paulo desse ano.

Apesar do tom político do festival como um todo, preciso confessar que a proposta que mais me agradou – tem também o melhor personagem – foi a do documentário Pinuccio Lovero, sonho de uma morte de verão, dirigido por Pipo Mezzapesa (acima na foto, comigo e a produtora brasileira Beth Formaggini). É a prova de que documentário é uma forma de fazer filmes e não um gênero. O gênero dessa pérola, não há dúvida, é a comédia. O filme conta a história de Pinuccio, que aos trinta e tantos decide largar seu emprego para trabalhar como coveiro. Seu grande problema: ninguém morre. O filme registra exatamente sua angustiadamente divertida espera por um cadáver.

O tom, já se pode perceber no trailer, é farsesco, e em nenhum momento o filme se arroga uma autenticidade simulada em planos longos e tempos mortos – algo coerente com a carreira de Mezzapesa, que até esse filme fez apenas ficção. Há um subtexto político? Em se tratando do país com o maior índice de gente na terceira idade, sim, sem dúvida. Mas a questão é só o pano de fundo para um personagem que, antes de mais nada, está ali representando apenas a si mesmo. Enquanto não passa no Brasil (se é que passa), aí vai o trailer.

1.10.08

Chegando cansado


Madri (eu acho)

Este documentarista declara para todos os fins que depois de uma van (40 minutos), um barco (duas horas, três paradas), um ônibus (duas horas), um vôo Catania-Roma (uma hora), um vôo Roma-Madri (duas horas e meia) e um Madri-Cidade do México (10 horas e meia) está relativamente cansado e não se responsabiliza pelas besteiras que falar hoje na primeira projeção de Personal Che durante o festival de documentários mexicano DocsDF. Agradeço a paciência do público pela dose extra de bobagens que certamente serão ditas sobre Che Guevara, América Latina, carisma, política e o século 21.

21.9.08

O hit do verão

Numa dessas supresas que animam a manhã de domingo, me chegou um email de Dimitri BR, vocalista da banda brasileira 3a1 (aqui o site e o myspace deles). Ele me conta de uma música deles, cujo nome dá título a esse post, e que fala exatamente das apropriações de Che. O refrão: El Comandante Che Guevara/vendido feito coca-cola/El Comandante Che Guevara/no shopping e na porta da escola/El Comandante Che Guevara/ay se ele se visse agora/El Comandante Che Guevara/no shopping e na porta da escola." Modéstia pela janela: Dimitri disse que adorou Personal Che.

Sobre a banda, mestre Arthur Dapieve escreveu, no finado NoMínimo: "
Sua música tem a mesma malemolência do esporte inventado pelos ingleses e aprimorado pelos brasileiros: pop, rock e samba convivem nas levadas com sabor de Lapa."

Para quê falar mais? Vejam e ouçam com seus próprios olhos:



As apropriações de Che são tantas que podem resultar em versões radicalmente diferentes ainda que a música seja a mesma. Uma prova? Basta ver esse vídeo do cantor nueva trova cubano Sílvio Rodríguez:



Dos punks argentinos do Boikot (começa mesmo lá pelos dois minutos):



E, minha versão predileta, a da cantora Nathalie Chardone:



Se alguém quiser, há também uma versão playback em que ela saracoteia e até mostra as calçolas num programa de TV.

Ah, essas cantoras francesas...

24.8.08

O povo, unido...

A idéia de mobilizar pessoas pela internet para escolher livremente os filmes que verão nos cinemas já começa a dar frutos. Depois de sair de cartaz no Rio de Janeiro com apenas sete semanas de exibição, Personal Che volta aos cinemas da cidade por obra e graça de uns quantos cinéfilos (ou o que valha) que se juntaram no site MovieMobz para pedir uma sessão do filme. Vai ser na quarta-feira, dia 27 de agosto, às 19:50, na sala do Instituto Moreira Salles.

Mobilizações iguais podem ser feitas por todo o Brasil. Que venham muitas outras!

19.8.08

Assista a Personal Che hoje (ou depois de amanhã)

Che aportou em Fortaleza na semana passada e essa semana chega finalmente à capital mineira. E no Rio de Janeiro, onde o filme saiu de cartaz depois de sete semanas, há mais uma chance de assisti-lo hoje: de ultimíssima hora, o pessoal da Faculdade de Direito da UERJ me procurou para organizar uma sessão/debate.

Como alguns que acompanham o blog sabem, estou de saída: amanhã parto para uma temporada de três meses e meio no México, onde vou apresentar o filme em um festival, fazer algumas reportagens e (haverá tempo?) terminar um roteiro já há muito deixado de lado.

Logo, quem quiser debater o que significa Che Guevara hoje, discutir os caminhos da esquerda ou da América Latina no século 21, xingar um dos diretores do filme, registrar sua revolta com o preço dos ingressos ou qualquer outra coisa, anote o endereço: Rua Moncorvo Filho, 8, perto do Campo de Santana, Centro, Rio de Janeiro, Brasil, América do Sul, Hemisfério Ocidental, Terra, Via Láctea, Universo, canto esquerdo, abaixo.

Às sete horas, horário de Brasília. Entrada franca, doações aceitas.

5.8.08

¡Interactividad o muerte!



A democracia chegou às salas de cinema, caro leitor. O projeto MovieMobz está começando agora, mas promete. Funciona assim: você cria um perfil (apenas com perguntas ligadas aos cinemas que freqüenta e filmes que gostaria de ver) e começa a se juntar a outras pessoas que querem ver os mesmos filmes na sua cidade. Conseguindo o quórum, o filme passa! O catálogo é dos melhores – e o projeto ainda nem está a todo vapor.

Tenho recebido centenas de emails de gente que me pergunta quando Personal Che vai passar na sua cidade. Pois finalmente tenho uma boa resposta: entre no site, se cadastre e selecione Personal Che para começar uma mobilização. O link do filme no site é este.

Quem inaugurar o filme em alguma cidade através do MovieMobz ganha uma camiseta do Che autografada pelo próprio! (Brincadeirinha...)

Power to the people!

3.8.08

Il Che

O único país que rivaliza com Cuba em idolatria a Che é a Itália. Por isso, nada mais natural que nosso primeiro festival europeu seja o SalinaDocFest, dedicado exclusivamente a documentários narrativos e que acontece no final de setembro na ilhota de Salina, no sul do país. O festival não poderia ter mais pedigree: é dirigido por Giovanna Taviani, filha de Vittorio e sobrinha de Paolo, e acontece no arquipélago das Eólias. Um pouquinho mais ao norte, cercada de mar, está a principal personagem da obra-prima rosselliniana, Stromboli.



Para deixar tudo melhor, lá me encontro com Beth Formaggini, diretora do premiado Memória para uso diário, que fará parte do júri. Tudo dentro da chamada Finestra sul Brasile, uma colaboração do festival com a Mostra de São Paulo, de León Cakoff.

10.7.08

Sobre os diários de Che



Correu pela imprensa a notícia de que diários da campanha de Che na Bolívia foram divulgados e que serão em breve publicados por uma editora local. Rumora-se que Fidel Castro vá fazer um prólogo. Tudo balela. Não há página do diário de Che que não seja de conhecimento público. E Castro já escreveu seu prólogo 40 anos atrás.

Logo depois da execução de Che, em outubro de 1967, todos os pertences sem importância foram divididos entre os soldados bolivianos. Um gordinho em Santa Cruz de la Sierra chegou a me oferecer uma agulha de costurar couro que, diz ele, teria sido de Che. Os que valiam alguma coisa, claro, ficaram nas mãos do governo.

No começo de 1968, Fidel Castro escreveu o prólogo daquela que seria a primeira edição dos diários de Che. Foi um estouro de vendas. Ainda hoje é possível encontrar a edição original em sebos cubanos, talvez um dos livros mais populares na ilha junto com a Bíblia, Diário de um Mago e Fidel e a religião. Inicialmente, o governo boliviano disse que se tratava de uma fraude, o que logo foi desmentido por diversos jornalistas que tiveram acesso às cópias fotostáticas de algumas páginas fornecidas por Havana e La Paz. Ensandecidos – já haviam acertado um acordo milionário com uma editora americana para publicar o livro – os bolivianos se perguntavam quem havia dados os originais a Castro.

Um deles próprios: Antonio Arguedas, ministro do Interior. Cansado de ver a ingerência da CIA nos corredores palacianos, decidiu se bandear para o lado dos cubanos. Ao que consta, fez as cópias microfilmadas chegarem a Havana escondidas na capa de um LP de Mel Tormé. Meses depois, incumbiu dois amigos de levarem um pote de formol com as mãos de Che para a ilha. Coisa de Graham Greene.

Arruinado o acordo – na época o interesse sobre o conteúdo dos escritos não incluía o fetichismo de ver com que garrancho Che os escreveu – os diários foram para o Ministério da Defesa para juntar poeira. Nos anos 80, sumiram, quase foram a leilão na Sotheby's, mas o governo conseguiu impedir a venda. Desde então, um sem número de historiadores e biógrafos puderam folhear os diários. Chega a ser engraçado que o envelope que os continha tenha um "SECRETOS DE ESTADO" escrito de fora a fora. Há pelo menos dez anos, o boliviano Carlos Soria Galvarro edita anualmente uma coleção de seis fascículos em que não só exibe diversas páginas manuscritas como as contextualiza, citando diários de companheiros de guerrilha, do Exército e outros. Todos os anos, em outubro, sai junto com o jornal La Razón.

Resumo: ainda que a editora boliviana queira fazer você acreditar que está comprando algo novo, não seja bobo. O bom e velho (e melancólico) diário de Che na Bolívia já está à venda nas melhores casas do ramo. Você também pode folheá-lo online, ainda que a viúva, Aleida March, tenha tentado retirar do ar as versões digitais graças a um bom acordo com uma editora australiana.

4.7.08

O Valor sobre (e o valor de) Personal Che

Não cabe negar que se faz cinema, também, para tratar bem do próprio ego. É por isso que uma crítica como a de Amir Labaki, diretor do É tudo verdade, publicada hoje no jornal Valor, economiza algumas sessões de análise:

"Não se trata de outro documentário biográfico sobre Guevara, mas sim de uma anatomia de seu mito póstumo, numa operação de desmontagem de mitologias contemporâneas. (...) Personal Che se destaca entre as estréias recentes de documentaristas brasileiros e sul-americanos por sua rara ousadia de transcender as fronteiras nacionais. O paroquialismo é um dos grandes grilhões da nossa não-ficção, sob a justificativa, não de todo enganosa, dos evidentes limites orçamentários à produção documental. Eis aqui uma prova de que, na era digital, é possível ousar mais."
Sobre esse último ponto: nosso acordo com os produtores não permite revelar o valor de produção do filme, algo que não me incomodaria em absoluto. Apelando para o inuendo: Personal Che foi filmado em quatro continentes, blablabla, e custou menos de dois DocTVs.

Não somos os únicos a filmar assim, claro. O português Pedro Costa reza na mesma cartilha, o japonês Masahiro Kobayashi também e, em território nacional, há o projeto valente da Pax Filmes de fazer quatro longas por R$ 80 mil. Não há nada a unificar as propostas estéticas além do "vamos fazer". Basta custar pouco? Não. O primeiro pax-filme foi selecionado para Gramado, se isso diz alguma coisa.

Glória ao cinema barato!

2.7.08

Zum! Paf! Bou! Zililit!

Quem conhece o programa Recorte Cultural, sabe que é uma judiação sacar uma pequena parte do todo e estragar a edição enlouquecida e divertidíssima que o programa liquidifica todo santo dia na TV Brasil (a isso se refere o título do post). Personal Che teve direito a suas duas moléculas de fama, mas mesmo assim decidi deixar algo do que veio a seguir: um pouco de Moacir Luz e um rabinho de um filme que... acabo de me esquecer como se chama. Amanhã completo o post com informações e, se possível, melhoro a qualidade (sofrível) do vídeo.


Recorte from Douglas Duarte on Vimeo.

Melamedia

O programa Recorte Cultural, conduzido por Michel Melamed na TV Brasil, apresenta hoje uma reportagem de tamanho ignorado sobre Personal Che. Mais tarde, conseguindo o vídeo, posto aqui.

Saludos!

En Mexico



Personal Che acaba de ser selecionado para a competição latino-americana do DocsDF, o principal festival de documentários do México. A mostra está em sua terceira edição e nas duas anteriores exibiu mais de 350 filmes de todo o mundo.

Outros dois filmes brasileiros serão exibidos: O último kuarup branco, de Bhig Villas-Boas, e Dreznica, de Anna Azevedo. Não vi o primeiro, mas vem com a chancela do É tudo verdade. O de Anna estreou em Berlim, passou no HotDocs... que mais dizer além de que gostei muito e de que você deve ver o trailer abaixo?



Saludos, congratulaciones a todos y ¡hasta Mexico!

Cinética

"Previsível, mas nunca desinteressante (...) compõe um painel rico (...) há abuso de poder".

Júlio Bezerra, um dos jovens turcos da crítica brasileira, analisa Personal Che.

Já era hora. :-)

27.6.08

"Pecado", "manipulação"

Essas foram duas das palavras usadas pelo crítico da Folha Ricardo Feltrin para falar de Personal Che em seu videocast semanal sobre cinema. Segue o texto completo:

"Esse filme [Personal Che] faz uma interpretação do chamado arquétipo Che Guevara em várias regiões do mundo. O único pecado desse documentário, se é que podemos chamá-lo assim, é um breve trecho dele que tem um viés muito manipulativo. Esse trecho leva o espectador a uma comparação inexistente sobre as bases de luta do guerrilheiro argentino e a aberração chamada Adolf Hitler".
O videocast, se alguém quiser ver, é o que segue abaixo.



Não estou de acordo em absoluto com a caracterização. Na verdade, acho-a ingênua, ainda mais levando em conta que Che também é comparado a Cristo, a califas árabes e a Robin Hood ao longo do filme. Mas que isenção tenho? Deixo, portanto, o julgamento para o leitor: abaixo está a parte a que o crítico se refere.


Nazis from Douglas Duarte on Vimeo.

Quem quiser se manifestar tem nesse blog um foro aberto. Isso inclui a Feltrin, que está convidado a embasar suas tão peremptórias 60 palavras com quantas outras quiser.

Viva o debate!

26.6.08

Adelante, compañero Darwin!



De uma marca de camisas. É.

23.6.08

Disseram por aí

Uma rápida repassada no que se disse sobre Personal Che nas últimas semanas:

• Na Folha (para assinantes), Pedro Butcher faz o devido paralelo entre a idéia do filme e as idéias do francês Roland Barthes:

"Se Roland Barthes (1915-1980) estivesse vivo e escrevesse uma atualização para seu indispensável "Mitologias", publicado pela primeira vez em 1957, certamente incluiria um capítulo sobre Che Guevara. O documentário "Personal Che" pode não citar Barthes diretamente, mas é uma minuciosa análise da construção de um mito contemporâneo à moda do semiólogo francês. De forma complexa e multifacetada, o filme do brasileiro Douglas Duarte e da colombiana Adriana Mariño percorre o mundo para investigar as várias 'releituras' sofridas pela figura do revolucionário argentino."
• O crítico Ricardo Calil arremata dois bons textos curtos sobre o documentário. No Guia da Folha, ressalta o "ângulo inusitado" escolhido pelo filme. No seu blog, expande o conceito:
"Com [seus] personagens, “Personal Che” poderia ser apenas uma reportagem jornalística competente e curiosa. Mas ele torna-se um belo documentário nos momentos em que os diretores desconstroem a visão dos entrevistados sobre Che. Como na cena em que eles dizem à camponesa boliviana que Guevara era ateu e materialista, o que provoca um silêncio interminável. Ou quando mostra fotos de Che morto ao taxista cubano que só conhecia sua imagem de guerrilheiro destemido. Nesses momentos, “Personal Che” alcança o que poucos documentários conseguem: dar a seus personagens uma nova compreensão da realidade e registrar o exato instante em que isso ocorre."
• No Estadão, Luiz Carlos Merten escreve:
"No filme, Che é ídolo tanto de camponeses bolivianos e de jovens que ainda sonham com a revolução quanto de skinheads que o comparam a Adolf Hitler. Mais do que revelar a verdade por trás do mito, Douglas e Adriana seguem o caminho inverso e exploram o mito por trás da verdade.
• No Globo, o bonequinho de Carlos Alberto Mattos, mestre do obrigatório DocBlog, aplaude de pé e afirma:
"Muitos filmes já foram feitos sobre o mito Che Guevara, e isso faz arte do mito. Mas poucos têm a originalidade e o frescor desta atração."
• Nelson Gobbi, do JB, deu matéria e resenha sobre o filme. Nessa última, diz:
"O grande mérito de Personal Che é deter-se na imagem [de Che] e suas incontáveis variações, passando ao largo da história do guerrilheiro. Dessa forma, a dupla mostra como ela é apropriada em várias partes do mundo. (...) Evitando manipulações, o documentário registra a história sendo reescrita diariamente.
• Já para Alysson Oliveira, da Reuters, o mérito do filme é "levantar o debate e não se preocupar em desvendar Che Guevara":
"O que o filme nunca se propõe é desmistificar a figura de Che. Pelo contrário, os diretores trabalham questionando as imagens conhecidas e introduzindo algumas novas -- como um musical libanês que conta a vida do guerrilheiro, ou um político de Hong Kong que só usa camiseta com a foto de Korda, entre outros, ampliando o leque da discussão."
• Em outros lugares, Geo Euzébio, do CinePlayers, se pergunta "Como pensar sobre um símbolo que deixou de ser homem?" e me questiona a respeito da já famosa "pergunta do ateu"; Olívia Mendonça, d'O Dia, detalha os bastidores do filme; a Zé Pereira e a RollingStone comemoram a (breve, é verdade) carreira que Che deu nos blockbusters hollywodianos; Amanda Lourenço, da Revista de Cinema, diz que o doc "prova que Che Guevara ainda vive nos dias de hoje"; e finalmente o bizarricérrimo site da Agência FM Network - Notícias do Mundo crítica o filme por "manter a homossexualidade do médico-terrorista intocada".

O que dizer? Se soubéssemos que ela existia podíamos até tentar tocá-la!

Adendo posterior: Inadvertidamente não incluí a crítica de Luiz Zanin Oricchio que acompanhou a matéria do Merten, no Estadão. Um pedaço:
"A dupla não teme confrontar a beata que acende uma vela para o Che com a revelação de que o revolucionário era marxista e ateu. Ao skinhead neofascista, revelam, como se isso fosse necessário, que o Che era o modelo acabado de homem de esquerda. Dessas dissonâncias entre o que era o homem e no que se torna a lenda, nasce a riqueza contrastada do filme."

17.6.08

O santo guerrilheiro contra o dragão de Hollywood

Tremei, estúdios ianques! Che Guevara acaba de dar um murro no queixo do Tio Sam e seu monstro verde. Segundo dados do Boletim do site Filme B, Personal Che, com seus 753 ingressos por cópia, ficou atrás apenas de Fim dos tempos (com 1.166) e O incrível Hulk (com 783) em seu primeiro fim de semana em cartaz.

A despeito disso, o filme ficou em vigésimo lugar nas bilheterias. Faz alguma diferença, claro, estar em apenas uma sala no Rio de Janeiro e não 181 em toda a federação, como Fim, ou 400 (!!!), como Hulk. É o único documentário no ranking, aliás.

Nessa sexta-feira o filme estréia em São Paulo e poderá ser visto no HSBC Consolação, Espaço Unibanco e Cine Bombril. Neste último deve haver debate. Informo através do blog quando sair a confirmação do dia.

Pra cima deles! Ajudem a divulgar!

16.6.08

E seguindo com as apropriações...

Aí vai uma genial.

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13.6.08

Bem-vindos!

O artigo de Carlos Alberto Mattos sobre Personal Che no Doc Blog já está gerando polêmica. Até esse momento, 24 comentários, majoritariamente criticando o filme. Sejam bem-vindos para debater através dos comentários deste blog ou através do site oficial do filme, www.personalche.com.

12.6.08

Tá chegando a hora


Trailer Personal Che
from Douglas Duarte on Vimeo.

Personal Che finalmente chega às telas brasileiras. Sexta-feira, 13 de junho no Rio, dia 20 em São Paulo e em breve em outras capitais. O esquema de distribuição é de guerrilha, como não podia deixar de ser.

Ajude a gente a divulgar o filme! Discuta qual é seu Che no site oficial e no blog, envie o trailer para os amigos, baixe o cartaz, imprima e grude na sua rua, veja fotos de produção, remixe a música-tema do filme, participe da comunidade no orkut e leia mais a respeito das filmagens no press book. E entre em contato!

Aqui estão os links, se quiser espalhar por email:

site | www.personalche.com
blog | personalche.blogspot.com
trailer | vimeo.com/1160951
cartaz | www.douglasdm.com.br/veja/posterpersonalche.pdf
fotos | picasaweb.google.com/douglasdm/PersonalChe02
música | www.douglasdm.com.br/ouca/personalchemonareta.mp3
orkut | www.orkut.com/Community.aspx?cmm=36062170
pressbook | www.douglasdm.com.br/leia/personalchepressbook.pdf
email | personalche@gmail.com

Deu pra entender?

Há cerca de três semanas, fiz uma projeção de Personal Che para um pequeno grupo de convidados do Ibase. Ainda que o DVD do filme tenha dado problema (mídia demoníaca...), a conversa foi ótima. Aqui você pode ver trechos da entrevista feita pelo portal deles. Não sei se me expliquei bem, mas tentei.

9.6.08

Apropriando-se de Ernesto

A semana passada foi rica em termos de apropriações de Che. Fui rápido demais no gatilho e já saí publicando o Che Grifado de uma marca de pilot indiana. Se houvesse esperado, poderia engrossar o caldo com coisas saborosas que encontrei dias depois.

Para comemorar o 80º aniversário de nascimento do argentino, o Centro de Estudios Che Guevara, chefiado pela viúva de Che, Aleida March, lançou um site. Há diversos textinhos e áudios de e sobre o argentino, mas basicamente coisa conhecida e que não impressiona quem já leu um pouco sobre o homem (embora seja interessante notar como o texto de Frei Betto recruta Guevara para a causa ambiental). O que gostei mesmo no site foi a galeria de cartazes em homenagem aos 80 anos.

O site infelizmente não dá mais informações sobre quem são os autores, mas reconheci alguns nomes de cartelistas cubanos (Arnulfo Espinosa, Pepe Menéndez) entre eles. Fiz um favor ao leitor do blog e descontei todos os exemplos que caíram na tentação fácil de fazer um trocadilho entre aniversário e homenageado estampando "oCHEnta" em suas obras. Eram, acredite, muitos. A seguir, os melhores (clique nas imagens para ampliar).

O bom e velho conceito de que Che é algo como um super-homem fica claríssimo no trabalho de Eduardo Moltó. A boa nova é que alguns já usam de irreverência para lidar com o mito, caso de Fabián Muñoz, com um cartaz tão simples quanto potente. Como entender sua frase? Significa que o mito permanecerá jovem ou que a "geração Che" não faz mais parte do imaginário cubano?



Novos elementos entram na iconografia, sinal de que o mito ainda vai ganhar fôlego com a contribuição de milhares de artistas que buscam fazer coisas novas com as velhas imagens de Che. Dois dos exemplos mais interessantes para mim foram a pacífica nuvenzinha de Orlando García e a genial pegada de Eduardo García. Seriam irmãos?



Depois de anos sendo pacificada, como diz o historiador de arte David Kunzle em Personal Che, a imagem volta a se rearmar. O tema meio anacrônico ganha roupa modernosa e sutil no diseño y colores de José Pepe Menéndez e tem a dureza quebrada por Luis Noa pela menção ao amor que deveria guiar todos os revolucionários, nas palavras de Guevara (clique em ambos para ampliar os detalhes).



Embora um ou outro ainda apele às armas para celebrar o guerrilheiro, muitos preferem uma interpretação mais pessoal e livre. Rodney Ramos o viu colado à pele, enquanto Eduardo Marín fez de Che o insuspeito padroeiro dos designers mordazes. :-)



Já ia me esquecendo de outras apropriações. A dica veio num comentário deste blog e vale a visita: é o Che Feio, que reúne imagens horrendas do revolucionário bonitão. Antes que achem que eles são militantes anticomunistas, já aviso que os autores do site também tocam o Mickey Feio, blog cheio de imagens asquerosas do rato proto-imperialista dos neo-liberales Estúdios Disney. Abaixo, uma palhinha: o Che (muito!) feio de Ricardo Foganholo.

14.5.08

Ó, pá



O site do filme já está em bom português!

12.5.08

O pôster


Design de Angélica de Oliveira.

29.4.08

Personal Che no Happy Hour, do GNT

Marquem na agenda: quarta-feira, 30 de abril, às sete da noite, Personal Che bate ponto no Happy Hour, programa de debates do GNT apresentado por Lorena Calábria e Fred Lessa. O tema do dia será Manifestos. Antes que alguém ache que vou lá para falar de Oswald de Andrade ou qualquer outro vanguardista, aviso que é sobre manifestações, protestos e quetais.

Como a gênese do protesto moderno é 1968, Zuenir Ventura dirá presente, assim como eu, falando de Che Guevara, bandeira de qualquer fuzarca levemente política desde aquele ano.

Espero que seja divertido. Quem quiser pode acessar o site do programa e debater através de emails e até – sim, internauta moderno – vídeos!

Atualização pós-programa: Zuenir não foi, mas o programa acabou sendo um bate-boca divertido entre eu, Guilherme Fiúza (Meu nome não é Johnny), Beth Carvalho (que dispensa apresentações) e alguns músicos do Afroreggae. O destaque vai pra Beth, que se provou um Che Guevara do samba: "O povo não se mobiliza por causa da CIA e dos americanos!", "como vocês fazem canção de protesto usando o hip-hop, que é o ritmo do inimigo?".

Outra atualização:
Um pedacinho do programa:


9.4.08

Che, oficialmente



Agora é pra valer: Personal Che, a obra-camiseta, o livro-em-movimento, o filme-bate-boca, a meditação-em-modo-nervoso, o do-comentário desarmado e desalmado, estréia oficialmente nos cinemas brasileiros no dia 6 de junho, distribuído pelo Grupo Estação.

Ainda estamos alinhavando a estratégia de divulgação, mas a parte mais importante dela é você que lê essas linhas. Divulgue o filme entre amigos de direita e esquerda, entre assinantes da Veja e compradores da Caros Amigos, fãs de Glauber ou Spielberg, entre tucanos, petistas, bushistas, fidelistas, gandhistas, maometanos, católicos, tibetanos, ateus e quem mais. Chame a Dilma Roussef e a dengue.

Aponte-os para o site do filme (www.personalche.com), para o blog de notícias (personalche.blogspot.com), para a comunidade no Orkut (www.orkut.com/Community.aspx?cmm=36062170), para o trailer no YouTube (youtube.com/watch?v=1nyBxg32Wd0), dê de presente o pôster (www.douglasdm.com.br/veja/posterpersonalche.pdf) ou remixe a música-tema (www.douglasdm.com.br/ouca/Personal Che Monareta.mp3).

Entre em contato conosco se quiser ajudar e não souber como!

20.3.08

Τσε Γκεβάρα

Deixei passar essa pela correria da Mostra de SP, já se vão quase seis meses, mas aí está: Personal Che ("Σκηνοθεσία: Adriana Marino, Douglas Dvoite", como dizem lá) marcou presença num festival de quatro dias em homenagem a Guevara em Atenas, Grécia, na semana do 40º aniversário de sua morte, 9 de outubro de 2007. Relatos dão conta de quebra de pratos, cadeiras e caras durante a exibição do filme. Ainda assim, gostaria de ter estado lá. Mais informações (em grego) aqui.

12.3.08

Online de novo

Pra quem tentou visitar o site oficial do filme e deu com a cara na porta já aviso: estamos de novo no ar.

E a todo mundo que esteve nos debates do Festival da Piauí, um enorme agradecimento.

3.3.08

Festival Estação Piauí



Está confirmada a agenda do Festival Estação Piauí, que começa domingo que vem, no Cine Odeon. São três dias temáticos – um dedicado a perfis, outro ao poder e o terceiro ao humor – em que o digníssimo público vai poder ver raridades na tela, participar de debates espertos e assistir um filme inédito ou em pré-estréia.

Personal Che fecha o primeiro dia, depois do debate das sete e meia. Sou a sardinha em uma mesa de verdadeiros tubarões: Karim Ainouz, de Madame Satã, o historiador José Murilo de Carvalho, a jornalista de piauí Daniela Pinheiro e Walter Salles. Vai ser interessante comparar nossas idéias a respeito de Che Guevara, tema que liga a já larga filmografia dele a meu primeiro filme.

O destaque com direito a rá-tá-tá de fanfarra vai para Videogramas de uma revolução, tão interessante quanto pouco visto aqui, e para O banheiro do papa, comédia impagável de César Charlone (no debate de terça, aliás) e Enrique Fernández.

Veja o escrete completo aqui.

21.2.08

Personal Che em ótima companhia



Pra quem perdeu Personal Che no Festival do Rio, na Mostra de São Paulo e na Universidade de Quindio (na Colômbia, mas perdoa-se não conhecer de nome), vem aí mais uma grande chance: o filme passa no Festival Estação Piauí, no dia 9 de março (um domingo), depois de uma mesa redonda sobre perfis que conta, até o momento, com Lázaro Ramos (falando sobre Madame Satã), o jornalista Guilherme Fiúza (autor de Meu nome não é Johnny), eu e a jornalista piauetana Daniela Pinheiro, autora de um perfil bacana e polêmico de José Dirceu na piauí de janeiro.

Quem perder essa chance vai ter que esperar até maio ou junho quando... bom, falemos disso mais tarde. :-)